Economia

Tarifaço deve causar prejuízo de US$ 162 milhões a exportadores de carne bovina de GO

tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump sobre produtos brasileiros ameaça causar um prejuízo direto de US$ 162 milhões às exportações de carne bovina de Goiás em 2025. A estimativa é da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), que calculou também a possível redução de 55 mil toneladas embarcadas ao mercado norte-americano.

A medida, que eleva a tarifa total da carne bovina brasileira para até 76% (considerando a alíquota anterior de 26%), pode afetar drasticamente a principal cadeia do agro goiano. “Essa carga tributária a mais para carne de Goiás nos Estados Unidos pode chegar até a 76%. Isso impacta toda a cadeia produtiva, desde o produtor até o consumidor final”, afirmou o gerente técnico da Faeg, Edson Novaes em entrevista ao Mais Goiás.

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De acordo com ele, o cálculo foi feito a partir do desempenho de exportações goianas entre julho e dezembro de 2024 e o crescimento verificado entre o primeiro e o segundo trimestres de 2025. O resultado aponta para uma possível retração de quase R$ 900 milhões em receitas com exportações, caso o volume não seja redirecionado para novos mercados.

Exportadores em alerta

Ainda de acordo com a Faeg, a indústria frigorífica do estado já começou a reduzir os abates de animais que seriam destinados aos Estados Unidos. “Ela vai comprar menos animais dos produtores rurais. Então isso já afeta os produtores nesse sentido”, explicou Novaes. A queda no volume de exportações pode ainda provocar um excedente no mercado interno, pressionando o preço da carne para baixo.

O problema, alertam os produtores, não é a queda momentânea nos preços para o consumidor, mas a sustentabilidade da cadeia produtiva. “Se toda essa carne for direcionada para o mercado interno, isso vai fazer uma oferta de peso muito grande que vai prejudicar os produtores e as indústrias. A médio e longo prazo, isso destrói toda a cadeia produtiva”, disse.

Atualmente, os Estados Unidos são o segundo maior destino da carne brasileira, com 23% das exportações, atrás apenas da China, que absorve 35%. Goiás exporta ainda para mercados como México, Chile, Argélia, Itália e Reino Unido.

Carne irá baratear ao consumidor, mas à médio e longo prazo provocará “caos no mercado”

Com a queda nos embarques internacionais, parte da carne que iria para os Estados Unidos deve ser redirecionada para o mercado interno, o que tende a provocar uma baixa nos preços para o consumidor. Mas Edson Novaes alerta: o alívio será curto e custoso.

“O preço da arroba do boi em Goiás já teve queda. Tava em torno de R$ 300, R$ 290, caiu para abaixo de R$ 260 só com esse pavor da questão do tarifaço”, relatou. Para ele, a continuidade do cenário pode gerar um “caos no mercado”.“A médio e longo prazo, esse tarifaço é péssimo. Pode destruir a cadeia produtiva. Os produtores não vão mais conseguir sustentar os custos com os preços baixos. Lá na frente pode não ter gado para abate”, concluiu.

Produtos mais afetados

Além da carne bovina, outros itens relevantes da pauta goiana também foram mantidos na lista de produtos sobretaxados pelo governo Trump. Segundo Edson Novaes, os cinco produtos mais prejudicados, carne bovina (45% das exportações para os EUA), açúcar (13%), ouro (4%), café (3%) e sebo bovino (2%), representam 94% de todas as exportações do agro goiano aos Estados Unidos.

Foto: Divulgação.

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