GDF pede que Moraes avalie se Bolsonaro pode ficar na Papuda
O Governo do Distrito Federal encaminhou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, um ofício solicitando uma avaliação médica especializada sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro. O objetivo é verificar se o estado clínico dele é compatível com as condições de assistência médica e nutricional oferecidas no sistema prisional da Papuda.
O pedido foi feito pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) e ocorre às vésperas do julgamento dos embargos de declaração no processo que trata da chamada “trama golpista”, marcado para o dia 7 de novembro. A secretaria argumenta que, caso haja determinação para o início do cumprimento da pena, é necessário saber com antecedência se Bolsonaro reúne condições de permanecer no complexo penitenciário.
O documento lembra que, durante o período em que cumpriu prisão domiciliar em outro processo, Bolsonaro foi acompanhado por médicos em casa, justamente para evitar deslocamentos emergenciais. Mesmo assim, em setembro de 2025, ele precisou ser levado ao Hospital DF Star para atendimento urgente, onde passou a noite internado.
A Seape destaca ainda que o ex-presidente já passou por diversas cirurgias na região abdominal e mantém um quadro que requer cuidados com alimentação e acompanhamento médico constante. Por isso, o governo local entende que uma avaliação técnica é indispensável antes de qualquer decisão sobre sua eventual transferência à Papuda.
Fontes próximas ao caso indicam que o ministro Alexandre de Moraes teria inspecionado pessoalmente as instalações da unidade e avaliado a possibilidade de destinar uma cela especial ao ex-presidente, equipada com ar-condicionado, paredes claras e televisão.
A solicitação do GDF abre dois pontos de análise. O primeiro é médico, pois deve determinar se Bolsonaro tem de fato restrições que impeçam sua permanência em um presídio comum. O segundo é institucional, uma vez que a decisão de conceder ou negar tratamento diferenciado a um ex-presidente condenado impacta a imagem do Judiciário e reacende o debate sobre igualdade no cumprimento de penas.
Fonte: Diário da Manhã.
Foto: Diário da Manhã.

