Economia

DREX deve chegar em dezembro. Saiba tudo sobre o Real Digital

Entenda o conceito de CBDC, o que é o Real Digital, suas vantagens, desvantagens, desafios, como ele será utilizado e os riscos associados.

A era digital tem trazido inovações significativas em várias esferas da sociedade e o setor financeiro não é exceção.

Uma dessas inovações é a criação de moedas digitais por bancos centrais, conhecidas como CBDCs (Central Bank Digital Currency).

O Brasil está se preparando para entrar nessa nova era com o lançamento da sua própria CBDC, o Drex — nome do novo Real Digital.

Este artigo explora o conceito de CBDC, o que é o Real Digital, suas vantagens, desvantagens, desafios, utilização e os riscos associados.

Vamos começar falando sobre o que é uma CBDC e por que ela é uma inovação tão importante no mundo financeiro.

Em seguida, vamos mergulhar no que sabemos sobre o Real Digital, incluindo como ele será usado, quais são suas vantagens potenciais e quais desafios podem surgir em sua implementação.

Finalmente, vamos discutir os riscos potenciais associados ao Real Digital (DREX) e como eles podem ser mitigados.

O que é uma CBDC?

CBDC é a sigla para Central Bank Digital Currency, que pode ser traduzida como Moeda Digital do Banco Central.

Trata-se de uma forma de moeda digital que é emitida e regulada por um banco central de um país.

Uma CBDC usa a tecnologia de blockchain e criptografia para garantir transações seguras e rastreáveis.

Ao contrário das criptomoedas como Bitcoin ou Ethereum, que são descentralizadas e não têm uma autoridade reguladora central, uma CBDC é uma moeda oficial do estado e tem status legal.

Ela representa uma nova forma de dinheiro do banco central, que existe ao lado das notas e moedas físicas e do dinheiro do banco comercial.

As CBDCs estão sendo exploradas por vários bancos centrais ao redor do mundo como uma maneira de melhorar os sistemas de pagamento, aumentar a eficiência financeira e reduzir os custos de transação.

Além disso, as CBDCs também podem oferecer uma alternativa mais segura e regulamentada às criptomoedas e potencialmente ajudar a combater o crime financeiro.

No entanto, a implementação de CBDCs também apresenta desafios, incluindo questões de privacidade, segurança cibernética e impacto potencial sobre a estabilidade financeira e a política monetária.

Vamos falar agora sobre a nossa CBDC que está sendo criada: o Real Digital.

O que é o DREX e como funciona?

O Drex é a versão digital da moeda brasileira, o real. O Real Digital será emitido e regulado pelo Banco Central do Brasil, garantindo a mesma segurança e confiabilidade que a moeda física atual.

No entanto, ao contrário do dinheiro físico, o Real Digital será completamente digital, o que significa que ele existirá apenas em formato eletrônico.

A ideia de uma moeda digital emitida pelo banco central, ou CBDC, tem atraído a atenção de diversos bancos centrais ao redor do mundo.

Uma parte significativa dessas instituições, representando quase a totalidade do PIB mundial, está estudando, explorando ou testando projetos, aspectos operacionais e tecnológicos de um sistema de CBDC.

Quais as desvantagens do DREX?

A introdução do DREX raz consigo uma série de riscos, incluindo a segurança cibernética, uma vez que as transações digitais são suscetíveis a ataques cibernéticos, embora seja menos arriscado por utilizar-se de blockchain.

Além disso, há preocupações com a privacidade, pois as transações digitais podem ser facilmente rastreadas e registradas.

Porém, o principal risco atrelado ao Real Digital é a possibilidade do Banco Central travar os saldos de sua carteira. Essa possibilidade foi vista em uma inspeção e gerou alarde por parte da população.

Por fim, a total ciência de toda movimentação feita na sua carteira por parte do Banco Central é um ponto de crítica, não só ao Real Digital, mas a todas as CBDCs.

Qual a tecnologia do DREX?

A tecnologia blockchain é a espinha dorsal do DREX (Real Digital), bem como para muitas outras moedas digitais. A blockchain é uma base de dados descentralizada que registra todas as transações de uma moeda digital de forma segura e imutável. Cada transação é registrada em um “bloco” de dados, que é então adicionado à “cadeia” de transações anteriores. Isso cria um registro completo e à prova de falsificação de todas as transações realizadas com a moeda digital.

No entanto, ao contrário de muitas outras moedas digitais, o Real Digital será uma moeda digital do banco central (CBDC), o que significa que será emitido e regulado pelo Banco Central do Brasil. Isso garante que o Real Digital terá a mesma segurança e confiabilidade que a moeda física atual.

Ainda não foi divulgado oficialmente em qual blockchain o Real Digital será criado. No entanto, é provável que o Banco Central do Brasil escolha uma blockchain que seja segura, eficiente e capaz de lidar com um grande volume de transações.

Além disso, o Banco Central do Brasil provavelmente estará buscando parcerias e integrações com projetos de criptomoedas existentes. Isso poderia permitir ao Real Digital se beneficiar das inovações e infraestruturas já existentes no espaço das criptomoedas.

Por exemplo, o Banco Central poderia se associar a projetos de criptomoedas que já têm uma presença estabelecida no Brasil, ou que oferecem tecnologias ou serviços que poderiam complementar o Real Digital. Isso poderia incluir projetos de criptomoedas que se concentram em coisas como pagamentos rápidos, contratos inteligentes, privacidade financeira ou inclusão financeira.

No entanto, é importante notar que qualquer parceria ou integração desse tipo teria que ser cuidadosamente considerada para garantir que ela esteja em conformidade com as regulamentações financeiras brasileiras e internacionais.

Além disso, o Banco Central do Brasil provavelmente estará buscando maneiras de integrar o Real Digital com o sistema financeiro brasileiro existente. Isso poderia incluir coisas como permitir que os bancos e outras instituições financeiras ofereçam serviços que utilizem o Real Digital, ou desenvolver interfaces que permitam às pessoas usar o Real Digital por meio de seus bancos ou carteiras digitais existentes.

Em resumo, a tecnologia por trás do Real Digital é uma combinação de blockchain e regulamentação do banco central. Isso permite que o Real Digital combine os benefícios da moeda digital, como transações rápidas e eficientes, com a segurança e confiabilidade da moeda emitida pelo banco central. No entanto, a implementação bem-sucedida do Real Digital exigirá uma cuidadosa consideração de questões técnicas e regulatórias, bem como possíveis parcerias e integrações com o espaço das criptomoedas existentes.

Qual a diferença entre o DREX e o Pix?

Embora o DREX e o PIX sejam ambos iniciativas do Banco Central do Brasil destinadas a modernizar o sistema financeiro do país, eles têm propósitos e funcionalidades diferentes. O PIX é um sistema de pagamento, enquanto o Drex é uma forma de dinheiro. Isso significa que, enquanto o PIX é uma maneira de transferir dinheiro de uma conta para outra, o Real Digital é o dinheiro em si.

Uma das principais diferenças entre o PIX e o Real Digital é que o PIX é uma forma de transferir reais existentes, enquanto o Real Digital é uma nova forma de real. Isso significa que enquanto o PIX permite que você transfira dinheiro instantaneamente de uma conta para outra, o Real Digital permitirá que você mantenha e gaste dinheiro de uma forma completamente digital.

Além disso, enquanto o PIX é limitado ao Brasil, o Real Digital tem o potencial de ser usado internacionalmente. Isso poderia tornar as transações internacionais mais rápidas e menos dispendiosas, pois não seria necessário converter o real em outra moeda.

No entanto, é importante notar que o Real Digital e o PIX não são mutuamente exclusivos. Na verdade, é provável que eles se complementem. Por exemplo, o PIX poderia ser usado para transferir o Real Digital de uma pessoa para outra, ou de uma pessoa para um negócio. Isso combinaria a conveniência e a velocidade do PIX com os benefícios do Real Digital, como a capacidade de realizar transações digitais sem a necessidade de dinheiro físico.

Em resumo, tanto o PIX quanto o Real Digital têm o potencial de trazer benefícios significativos para a economia brasileira. Embora eles tenham propósitos e funcionalidades diferentes, ambos fazem parte de um esforço maior para modernizar o sistema financeiro do Brasil e tornar as transações mais rápidas, eficientes e acessíveis.

Quais são os desafios da futura moeda digital?

Apesar de suas muitas vantagens, o DREX também apresenta alguns desafios, como questões de segurança, privacidade e regulamentação.

Além disso, a adoção generalizada do DREX (Real Digital) requer uma infraestrutura digital robusta e acesso à internet, o que ainda é um desafio em algumas partes do Brasil.

Outro desafio é garantir que o Real Digital seja amplamente aceito pelos comerciantes e pelo público em geral. Isso requer uma campanha de educação e sensibilização para informar as pessoas sobre os benefícios e riscos do Real Digital e como usá-lo de forma segura e eficaz.

Como o DREX será usado?

O DREX será usado de maneira semelhante a outras formas de dinheiro digital. Ele será armazenado em uma carteira digital, que pode ser acessada através de um smartphone ou computador.

As transações serão realizadas eletronicamente, sem a necessidade de dinheiro físico. O Banco Central do Brasil divulgou diretrizes gerais para o lançamento do Real Digital nos próximos anos.

Embora muitos detalhes ainda estejam sendo elaborados, o objetivo é que o Real Digital opere no varejo, o que significa que ele poderá ser usado para transações cotidianas, como comprar mantimentos ou pagar contas.

Além disso, o Real Digital também poderá ser usado para transações internacionais, facilitando o comércio e a transferência de dinheiro entre países.

Quando o DREX será lançado?

O DREX deve ser lançado no sistema financeiro brasileiro em dezembro de 2024, de acordo com o cronograma vigente do Banco Central.

O Real Digital é uma dessas iniciativas e representa um passo significativo para a modernização do sistema financeiro brasileiro.

Ele tem o potencial de tornar as transações mais eficientes, reduzir os custos de transação e aumentar a inclusão financeira.

Quais as vantagens do DREX?

O DREX tem o potencial de trazer alguns benefícios. Por exemplo, ele pode tornar as transações mais rápidas e eficientes, reduzir os custos associados ao manuseio de dinheiro físico e aumentar a inclusão financeira, permitindo que pessoas sem acesso a serviços bancários tradicionais participem da economia digital.

A implementação dessa nova operação possibilita a circulação da moeda e desconcentra o fluxo do real num único polo. Isso torna o mercado financeiro mais aberto e acessível.

Além disso, o DREX pode facilitar o comércio eletrônico e as transações internacionais, tornando-as mais rápidas e menos dispendiosas.

Quanto vai valer um DREX?

1 DREX vale exatamente 1 real, de modo que a cotação da moeda digital sempre vai acompanhar a da moeda tradicional.

DREX entra em segunda fase de testes

A partir desta segunda-feira, 14 de outubro, até 29 de novembro, as empresas interessadas em participar da segunda fase de testes do Drex, a versão digital do real, poderão enviar propostas ao Banco Central (BC). Conforme dito anteriormente, o lançamento da moeda digital está previsto para dezembro deste ano.

Essa nova fase surge após a seleção de 13 temas para teste, entre os quais estão crédito colateralizado em títulos públicos, financiamento de comércio internacional e transações com ativos do agronegócio. Diversas instituições financeiras renomadas, como Bradesco, Itaú, Nubank e Banco Inter, estão participando dos testes, que são realizados em ambientes controlados, com foco na governança e na privacidade dos serviços prestados.

Como foi a primeira fase do DREX?

A primeira fase do Piloto Drex foi iniciada com o recebimento de 36 propostas de interesse, abrangendo mais de 100 instituições de diversos segmentos financeiros. Nessa fase inicial, o foco estava em testar funcionalidades de privacidade e programabilidade por meio de um caso de uso específico: a liquidação de um título público federal entre clientes de diferentes instituições utilizando o protocolo de entrega contra pagamento (DvP). Esse teste foi fundamental para avaliar a troca de informações entre os participantes da plataforma e a interoperabilidade dos serviços oferecidos.

Ao longo do projeto, o Banco Central selecionou 16 propostas para essa primeira fase, incluindo grandes nomes como Bradesco, Nubank, Santander, Itaú e cooperativas como Sicoob e Sicredi. Esses testes permitiram que o BC ajustasse a tecnologia e identificasse potenciais melhorias para a segunda fase do Drex, agora em andamento.

O que esperar do DREX?

O DREX representa um posicionamento significativo do Brasil no mercado de blockchain. Embora ainda haja muitas perguntas a serem respondidas, o potencial para uma transação mais eficiente e uma maior inclusão financeira é um desenvolvimento promissor.

O grande problema é que o preço que se paga por isso é a perda total da privacidade em relação ao dinheiro, além do risco de travamento de saldos a qualquer momento por parte do Banco Central.

À medida que nos aproximarmos do lançamento do DREX será interessante ver como esses pontos de preocupação serão (e se serão) endereçados.

Em todo caso, o Real Digital é mais uma forma de controle sobre a circulação da moeda, e os padrões de comportamento dos seus usuários, ou seja, da população brasileira.

Os criptoativos são uma alternativa interessante e eficaz para quem quer ter maior controle sobre seus saldos e sua custódia, e nenhuma CBDC aparenta ter interesse em agregar estas características para si.

É verdade que o dinheiro de papel vai acabar?

O que se sabe até o momento é que o dinheiro de papel (físico) provavelmente não vai desaparecer completamente por causa do DREX, a moeda digital brasileira, mas o DREX representa uma evolução nos meios de pagamento.

Fonte: www.nordinvestimentos.com.br

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