Abate de 74 mil galinhas em Goiás foi antecipado preventivamente após foco de gripe aviária, diz presidente da Agrodefesa
Presidente da Agrodefesa reforçou que as galinhas abatidas estavam aptas para o mercado e não apresentaram sinais da doença
Para conter risco de disseminação da gripe aviária em Goiás, a BRF, companhia que controla marcas como Sadia e Perdigão, antecipou o abate de 74 mil galinhas no município de Santo Antônio da Barra, em Goiás. O presidente da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), José Ricardo Caixeta Ramos, disse ao Jornal Opção que as aves estavam saudáveis e já no fim do ciclo produtivo. “O procedimento ocorreu com a autorização e acompanhamento do Ministério da Agricultura”, disse. Ele acrescenta que não há risco de propagação da doença e que o caso confirmado em uma propriedade de subsistência já foi erradicado.
O presidente da Agrodefesa reforçou que as galinhas abatidas estavam “aptas para o mercado”, ou seja, não apresentavam sinais clínicos da doença, e que o destino comercial delas é de responsabilidade da BRF. “Elas não tinham qualquer sintoma. Foram abatidas por precaução, e esse abate foi feito conforme todo o protocolo sanitário exigido”, afirmou.
“Os abates foram feitos por prevenção porque essas unidades estavam dentro do raio de 3 km do foco, o que chamamos de perifoco, uma zona de alto risco para disseminação da doença”, explicou o presidente da Agrodefesa. Segundo ele, o despovoamento — termo técnico para o abate preventivo — foi iniciado na quarta-feira, 11, e concluído até a sexta-feira, 13, com supervisão direta dos técnicos da agência e ciência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Plano de contingência
Ramos destacou que todo o plano de contingência foi executado conforme protocolos internacionais, incluindo a eliminação das aves infectadas na propriedade de origem, desinfecção total do local e descarte adequado de equipamentos usados.
Com a conclusão dessa etapa, ele afirma que “não há disseminação do vírus” e que Goiás segue com ações ampliadas de vigilância. “Estamos realizando o segundo ciclo de monitoramento na zona de perifoco e iniciaremos o mesmo processo na zona de vigilância, que compreende um raio de 10 km”, afirmou.
Ainda segundo a BRF, a decisão pelo abate foi “estratégica e voluntária”, restringindo-se à granja parceira localizada na área de risco. As aves estavam alojadas para produção de ovos e o abate ocorreu na unidade industrial da empresa em Mineiros (GO), a cerca de 230 quilômetros do local.
Dia zero
O “Dia Zero” do período de vazio sanitário, que corresponde aos 28 dias subsequentes à eliminação do foco e desinfecção da área, deve ser oficialmente iniciado nesta semana. Durante esse período, qualquer nova ocorrência pode comprometer o status sanitário da região e impactar as exportações brasileiras de carne de aves.
Desde maio, quando foi confirmado o primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro (RS), o Brasil registrou novos focos, a maioria em aves silvestres ou de subsistência. O caso de Goiás segue essa tendência, com o vírus detectado fora do setor industrial. No entanto, por segurança, empresas como BRF e Seara (do grupo JBS) têm adotado medidas próprias para evitar qualquer risco de contaminação em seus plantéis comerciais.
Gripe Aviária
A gripe aviária, causada por subtipos do vírus Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), não é transmitida pelo consumo de ovos ou carne de frango, mas sim pelo contato direto com animais infectados. Por isso, as autoridades reforçam a orientação de que a população não deve manipular aves doentes ou encontradas mortas.
O presidente da Agrodefesa ressaltou que toda a operação em Goiás foi planejada com antecedência. “Fizemos uma simulação de foco em Rio Verde no ano passado, justamente para preparar nossas equipes. Tudo ocorreu dentro do esperado, e agora entramos na fase final de vigilância”, concluiu.
Nota da BRF
A BRF informa que optou por realizar, de forma voluntária e preventiva, o abate de animais saudáveis localizados em uma granja da região de Santo Antônio da Barra (GO). A medida foi uma decisão estratégica da companhia e incluiu apenas as aves de uma propriedade que estava no raio de vigilância do foco. A ação, iniciada e concluída no último final de semana, contribui com os esforços de biosseguridade em todo o país e foi realizada com aprovação do Ministério da Agricultura (Mapa) e da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa).
Fonte: Jornal Opção.