Caldas Novas

Atleta Kelly Rosa, de Caldas Novas, está jogando as olimpíadas de Paris com a seleção brasileira de handebol

Armadora, Kelly de Abreu Rosa nasceu no Lago Sul em 25 de janeiro de 2004, foi criada em Sobradinho, e aos seis anos mudou-se para Caldas Novas (GO) e hoje é tratada como uma das revelações das quadras, no qual ela realiza o sonho com a primeira convocação para as olimpíadas de Paris-2024.

Kelly faz parte de uma família de apaixonados por handebol. O pai, André Lemos Rosa, encara duplas jornadas como educador físico e treinador. André foi professor no Colégios UniCaldas e atualmente e professor no Colégio Ágape em Caldas Novas (GO). Irmão mais novo, Lucas André de Abreu Rosa segue os mesmos passos aos 14 anos. Embora ame Brasília, a armadora foi obrigada a deixá-lo aos seis anos, com destino a Caldas Novas (GO). O município, a mais de 320km de distância da capital federal, começou a viver a modalidade após os primeiros contatos no colégio Ágape, no qual estudou até a 8° série do ensino fundamento e logo após mudou-se para São Paulo.

A carreira da armadora seguiu uma escadinha. Disputou torneios escolares na cidade e depois contra vizinhos antes de subir o sarrafo para competições estaduais e nacionais. Desde cedo, a brasiliense sonhava alto. “Tem uma história que conto sempre. Meu pai estava comigo na sala de casa e me perguntou qual era o meu maior sonho. Respondi: ‘Ir para a Disney’. Ele retrucou: ‘Não, de carreira’. Eu disse que era me tornar profissional, jogar na Seleção Brasileira e na Europa.”

O sonho foi realizado após mais de uma década de dedicação ao esporte. Caçula entre as 17 convocadas para defender a Seleção Brasileira em Paris-2024, Kelly acumula milhas com a experiência na campanha de medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023 e com a jornada até a segunda fase do Mundial do ano passado.

“Fico muito feliz e lisonjeada de estar neste grupo de tantas meninas experientes e até campeãs mundiais. É uma honra, mesmo. Ao mesmo tempo que sou a mais nova, me sinto privilegiada por aprender. É uma troca de experiências muito bacana tanto para elas quanto para mim. Quando você treina com as melhores, você se torna cada vez melhor”, ressalta.

Além de grande revelação, a brasiliense pode ser considerada um fenômeno. Afinal, a carreira profissional segue o caminho inverso da maioria das jogadoras. Apesar de ter feito categorias de base no Brasil, a jornada profissional começou a ser vivenciada do outro lado do Oceano Atlântico. O primeiro desafio como “gente grande” foi na Espanha.

Atuou pelo Sporting La Rioja antes de se transferir para o CB Elche, clube pelo qual foi campeã da European Cup 2023/2024, um dos três principais torneios continentais. “Muita gente falava que eu deveria jogar uma liga nacional nível adulto antes à Europa. Por mim mesma, eu teria ido para a Eurocopa com 16 anos, quando recebi a primeira oferta. Pulei essa etapa, mas vi que foi muito bom para entrar em um nível maior, com pessoas mais experientes. É um desafio grande, mas está gerando frutos”, compartilha.

A vivência na Espanha leva Kelly a comparar o handebol na Espanha no Brasil. “A torcida de handebol é bem diferente. Você anda na rua e as televisões e os rádios passam os jogos. Na minha cidade, as pessoas acompanham muito e vão no Ginásio, está sempre cheio. Às vezes, sou reconhecida na rua. É como se fosse um futebol no Brasil. Eles são realmente torcedores. E olha que lá eles têm de pagar para assistir. No Brasil, os jogos são gratuitos e os ginásios não enchem”, corneta.

Investimento na modalidade e oportunidades as atletas também são pontos de protesto. “Temos muitos bons formadores, mas quando chegamos ao adulto, não acho que temos muitos times. Vai realizar um Campeonato Paulista, por exemplo, temos cinco, seis times e placares ficam discrepantes. Na Espanha, são 14 times, jogamos duas vezes por semana. Quando estava no Brasil, muito eram três ao mês. Principalmente para atletas novas, o que faz a diferença é quantidade de jogos. Aprendemos no treino, mas mais na prática. Nesse quesito, ainda estamos atrás, sim. Temos boas máquinas humanas saindo do Brasil.”

Os trabalhos da fase de grupos do handebol feminino em Paris-2024 serão abertos em 25 de julho, um dia antes da abertura. Alocado na chave B, o Brasil estreará contra a Espanha. Depois, enfrentará Angola, França, Holanda e Hungria. Os quatro melhores avançam às quartas de final.

Fonte: Editorial Caldas Noticias

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