Internacionais

Eleições na Venezuela: Com bloqueio de observadores por Maduro, Amorim assume papel central

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou o auxiliar ao país em um momento delicado das relações diplomáticas entre Brasil e Venezuela

Apesar das declarações do Itamaraty sobre o clima de tranquilidade, ao menos por ora, na Venezuela, as expectativas em torno do governo brasileiro, representado pelo assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, estão elevadas.

Amorim emergiu como uma figura central nas eleições venezuelanas, especialmente após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela impedir a participação de observadores da União Europeia e de autoridades latino-americanas no processo eleitoral.

Chegando a Caracas na sexta-feira (26), Amorim não atuou oficialmente como observador internacional, mas assumiu um papel similar, mantendo diálogos tanto com aliados do governo venezuelano quanto com a oposição. A verdadeira dimensão de sua presença e influência na região só será conhecida neste domingo (28), dia das eleições presidenciais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou Amorim à capital venezuelana em um momento delicado das relações diplomáticas entre Brasil e Venezuela, marcadas por declarações polêmicas de ambos os lados. No sábado (27), o presidente Nicolás Maduro convocou uma reunião com embaixadores estrangeiros, incluindo a embaixadora do Brasil na Venezuela, Glivânia Maria de Oliveira.

O encontro ocorreu um dia antes das eleições venezuelanas, marcadas para este domingo (28), data de aniversário do ex-presidente Hugo Chávez (1954-2013). Maduro lidera um regime autocrático, conhecido por violar liberdades fundamentais e manter presos políticos.

Entre os dez candidatos à presidência, o principal rival de Maduro é o diplomata Edmundo González, que disputa as eleições presidenciais pela primeira vez. González foi escolhido após María Yoris e Corina Yoris, líderes da oposição, serem impedidas de se candidatar devido a indícios de perseguição política e fraudes pela Justiça venezuelana.

Amorim não participou do encontro com Maduro, mas se reuniu com o chanceler da Venezuela, Yván Gil, na sexta-feira (26). Na rede social X, antigo Twitter, Gil descreveu o encontro como “cordial” e afirmou que discutiram “a relevância destas eleições e o clima de paz que existe na Venezuela, a impecável organização do processo por parte do nosso Poder Eleitoral; um dos mais transparentes e seguros do mundo.”

No sábado (27), Amorim se encontrou com integrantes da oposição e do Centro Carter, entidade que está no país como observadora da eleição presidencial. Ele também se reuniu com Gerardo Blyde, chefe dos negociadores da oposição no Acordo de Barbados, que busca promover eleições livres e justas na Venezuela.

A relação entre Brasil e Venezuela tem se deteriorado nas últimas semanas. Tudo começou quando Lula, em entrevista a veículos internacionais, declarou ter ficado “assustado” com a ameaça de Maduro de um possível “banho de sangue” caso perdesse para a oposição, que lidera as pesquisas de intenção de voto.

Maduro reagiu à preocupação de Lula sobre as eleições de domingo. “Eu não disse mentiras. Apenas fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila”, afirmou Maduro, sem citar Lula nominalmente. Além disso, o presidente venezuelano questionou a confiabilidade do sistema de votação eletrônica brasileiro durante um comício, alegando que no Brasil o voto não é auditável.

No entanto, essa afirmação é falsa. O sistema eleitoral brasileiro é auditável em todas as suas etapas. Em resposta, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu não enviar observadores para a eleição presidencial na Venezuela.

“Em face de falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que afirmado por autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender convite feito pela Comissão Nacional Eleitoral daquele país para acompanhar o pleito do próximo domingo”, declarou a Corte Eleitoral em nota à imprensa.

O TSE reforçou que a “Justiça Eleitoral brasileira não admite que, interna ou externamente, por declarações ou atos desrespeitosos à lisura do processo eleitoral brasileiro, se desqualifiquem com mentiras a seriedade e a integridade das eleições e das urnas eletrônicas no Brasil”.

Fonte: O Tempo.

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