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Haddad diz que ‘ficha caiu’ para os investidores sobre situação fiscal

Em pronunciamento, nesta manhã, Haddad considerou que o movimento desfavorável dos ativos brasileiros, com dólar em alta e os preços das ações em queda, mostra que está “caindo a ficha” dos agentes econômicos sobre a herança deixada pelo governo Jair Bolsonaro (PL). O ministros terá seu primeiro despacho com o presidente Lula, nos próximos dias, e apresentará suas considerações.

— O Lula é muito detalhista, ele gosta de saber o impacto de cada uma delas, evidentemente ele vai concordar com parte, discordar de outra, querer analisar com mais calma outras tantas. É assim que ele trabalha e estou acostumado a fazer. Com base na decisão que ele tomar, vamos ter de reestimar os indicadores (econômicos) — pontuou.

‘Estupidez’

Segundo Haddad, a apresentação das propostas deve acontecer nos próximos dias, quando Lula tiver disponibilidade na agenda. Haddad assumiu o Ministério da Fazenda, na véspera, com uma mensagem de responsabilidade com as contas públicas, combate à inflação e prioridade aos temas sociais. No entanto, não esboçou um plano de voo, deixando de especificar como pretende colocar suas promessas em prática.

Em seu primeiro discurso, o novo ministro disse que não está no cargo ‘para aventuras’ em recado para o mercado financeiro, que continua desconfiado. Ao tomar posse, Haddad também reafirmou o compromisso de enviar ao Congresso ainda no primeiro semestre a proposta de um novo arcabouço fiscal, em substituição ao teto de gastos – classificado de “estupidez” pelo presidente Lula em um dos discursos de posse, no domingo.

Nesta terça, o ministro da Fazenda disse que o governo pretende iniciar as discussões sobre a nova regra fiscal e sobre a reforma tributária a partir de abril. Haddad argumentou que é preciso aguardar a posse dos novos parlamentares, em fevereiro, e a formação de bancadas e comissões temáticas na Câmara dos Deputados e no Senado.

Segundo o titular da Fazenda, as medidas tomadas no período eleitoral deixaram um rombo de R$ 300 bilhões nas contas públicas, com o uso de 3% do PIB (Produto Interno Bruto) para aumento de despesas e renúncias fiscais, e levaram o país a ter “o maior juro real do mundo hoje”, com a elevação da taxa básica de juros (Selic) de 2% a 13,75% ao ano. “Esse é o grande legado do Bolsonaro”, disse.

Fonte: Correio do Brasil

Foto: Correio do Brasil

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