Operação da PF mira Hezbollah no Brasil; suspeita é de plano de ataque a judeus
Polícia Federal (PF) anunciou que prendeu em São Paulo nesta quarta-feira (8/11) duas pessoas que teriam ligações com o grupo libanês Hezbollah. Os nomes dos detidos não foram informados.
Assim como o palestino Hamas, o grupo do Líbano prega a destruição do Estado de Israel.
Por meio de nota, a PF informou que a operação, batizada de Trapiche, tem o “objetivo de interromper atos preparatórios de terrorismo e obter provas de possível recrutamento de brasileiros para a prática de atos extremistas no país”.
Um policial ouvido pela reportagem reforçou que os suspeitos são financiados pelo Hezbollah e planejavam fazer ataques contra a comunidade judaica no Brasil. Um deles foi preso no aeroporto de Guarulhos, quando chegava do Líbano.
Além das duas prisões, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão expedidos pela Subseção Judiciária de Belo Horizonte, nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal.
Os detidos devem responder pelos crimes de constituir ou integrar uma organização terrorista e de realizar atos preparatórios de terrorismo. De acordo com a PF, se somadas, as penas máximas desses crimes chegam a 15 anos e 6 meses de prisão.
Durante a operação foram realizados sete mandados de busca e apreensão em Minas Gerais, três no Distrito Federal e outro em São Paulo.
Os crimes previstos na Lei de Terrorismo são inafiançáveis e a pena deve ser cumprida inicialmente em regime fechado.
O que é o Hezbollah?
O Hezbollah — cujo nome significa “partido de Deus” — é um partido político islâmico xiita que tem um braço paramilitar apoiado pelo Irã e exerce grande poder no Líbano.
Desde 1992, é liderado por Hassan Nasrallah e tornou-se a força militar mais poderosa da nação árabe.
O grupo também ganhou gradualmente influência no sistema político do Líbano e tem poder de veto no Executivo do país.
O Hezbollah é considerado por alguns libaneses como uma ameaça à estabilidade do país, mas continua popular entre a comunidade xiita libanesa que representa.
Apesar de o Hezbollah defender uma corrente do Islã diferente da do Hamas, sendo o primeiro xiita e o segundo, sunita, os dois grupos convergem quanto ao desejo de destruir Israel.
Por BBC News Brasil