Entidades médicas alertam sobre riscos do uso de Ozempic manipulado
De acordo com a Associação Americana de Diabetes (ADA), as versões manipuladas dos medicamentos podem resultar em produtos com concentrações imprecisas ou impurezas
Entidades médicas brasileiras e norte-americanas alertam sobre os riscos do uso de versões manipuladas do Ozempic e outros medicamentos. O alerta foi feito para os medicamentos semaglutida e tirzepatida, conhecidos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, e são utilizados para tratar diabetes tipo 2 e para controle de peso.
De acordo com a Associação Americana de Diabetes (ADA), as versões manipuladas dos medicamentos podem resultar em produtos com concentrações imprecisas ou impurezas. A manipulação não oferece garantia de origem e qualidade de insumos, o que compromete a eficácia e segurança do tratamento.
A semaglutida tem como princípio ativo substâncias agonistas do hormônio GLP-1, já a tirzepatida é um agonista duplo e estimula também um hormônio chamado GIP. Os medicamentos diminuem o apetite em resposta à insulina. Os impactos no controle da diabetes e perda de peso são positivos, o que causou a popularização e aumento da demanda dos medicamentos.
Mesmo com os altos preços, que ultrapassam R$ 1.000, os medicamentos se tornaram uma febre no Brasil. Em 2024, os estoques do Ozempic acabou em vários estabelecimentos no país.
Segundo o coordenador do Departamento de Obesidade e Síndrome Metabólica da Sociedade Brasileira de Diabetes, Marcio Mancini, a entidade não indica o uso da semaglutida manipulada em nenhuma situação. Para Marcio, em caso de falta de abastecimento, o recomendado é a troca por outra mediação, como a liraglutida.
“O impacto dessas modificações na farmacocinética, farmacodinâmica, eficácia e segurança é desconhecido. Compostos manipulados não são sujeitos a testes de bioequivalência como exigido para os remédios”, disse ao portal Poder360.
Fonte: Jornal Opção.
Foto: Getty Images.