A conduta dos seguranças do empresário morto no Aeroporto de Guarulhos desperta suspeitas na polícia.
A presença de apenas um dos quatro integrantes da equipe na escolta de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, que retornava de Goiás, despertou suspeitas entre os policiais que investigam o homicídio. Gritzbach, marcado para morrer pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), foi recebido por apenas um dos responsáveis por sua proteção no Aeroporto de Guarulhos.
Segundo os seguranças, todos policiais militares de São Paulo, o veículo que deveria levá-los até Guarulhos sofreu uma pane durante o trajeto, e três deles permaneceram em um posto de gasolina com o carro. A escolha de enviar apenas um dos agentes para recepcionar o empresário causa estranhamento entre os investigadores, considerando a ameaça de morte pelo PCC, que já havia planejado sua execução. Gritzbach também havia sido alvo de um sequestro pela facção. Os seguranças foram ouvidos, e seus telefones foram apreendidos para investigação.
O empresário foi assassinado enquanto saía do Terminal 2 do aeroporto internacional, ao lado de sua namorada, após chegar de Goiás. Três outras pessoas ficaram feridas — dois motoristas de aplicativo e uma mulher que estava na calçada — e foram socorridas em estado grave. Antônio Vinicius foi atendido pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos. Na ação, os criminosos utilizaram um fuzil calibre 7.65, e dois homens em um carro preto, modelo Gol, participaram do ataque. O celular de Gritzbach foi recolhido no local para perícia, e trocas de mensagens anteriores à execução poderão auxiliar na investigação.
Governador promete rigor na investigação
Antônio Vinicius tornou-se alvo do PCC após a facção o acusar de desviar R$ 100 milhões e de ser o mandante dos assassinatos do traficante Anselmo Becheli Santa Fausta, o “Cara Preta”, e de seu motorista, Antônio Corona Neto, apelidado de “Sem Sangue”, em 2021. A quantia teria sido entregue ao empresário pelo autor dos homicídios, com a orientação de investi-la em criptomoedas. O PCC chegou a convocá-lo para uma conversa na residência de um dos membros.
O empresário, que atuava no mercado imobiliário, sempre negou envolvimento nas mortes de Anselmo e Antônio. Em entrevista, declarou: “Não foi fácil, pois eram meus clientes. Eu não mandei matar ninguém e não tive qualquer participação. O Anselmo nunca me incomodou. Estou sendo injustamente acusado; talvez havia um plano para me eliminar que falhou.” Em março deste ano, Gritzbach firmou um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo, tornando-se uma peça-chave nas investigações relacionadas ao PCC.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, manifestou-se nas redes sociais, garantindo que as circunstâncias do crime serão “rigorosamente investigadas”. “Tudo indica que a ação criminosa ocorrida hoje no Aeroporto de Guarulhos está associada ao crime organizado. Todas as circunstâncias serão rigorosamente investigadas, e todos os responsáveis serão severamente punidos. Reforço meu compromisso de combater o crime organizado em São Paulo com determinação e coragem”, declarou o governador.
Editorial Caldas Noticias.