Clima

Brasil enfrenta uma das maiores ondas de calor da história

As temperaturas podem passar dos 45°C em várias cidades nos próximos dias.

É isso mesmo! Após agosto, setembro e outubro com temperaturas elevados, o Brasil pode sofrer ainda mais neste novembro, com uma onda de calor “extrema” e que deve gerar recordes de temperatura em diversas cidades, segundo os principais Institutos de Meteorologia.

As frentes frias de 2 a 3 dias é que poderão amenizar um pouco a situação. Mas, elas terão dificuldade em se manter.

Existe uma alta probabilidade de quebra de recordes históricos de temperaturas com 10 a 15 graus acima da climatologia histórica em algumas tardes. Ou seja, onde se costuma ter temperaturas de 30 graus à tarde, elas podem chegar a 40 ou 45 graus. Isso é impressionante e perigoso para a saúde das pessoas.

A onda de calor já está ativa e deve ganhar força nos próximos dias, se espalhando pelo Sudeste e Centro-Oeste, podendo durar até a última semana de novembro.

▪️Essa diferente e extrema onda é resultado da formação de uma bolha de calor, “criada quando uma área de alta pressão permanece sobre o mesmo local por dias ou até semanas, prendendo o ar muito quente por baixo, assim como uma tampa em uma panela”.

EL NIÑO

Um relatório divulgado pela Organização Mundial de Meteorologia nesta semana, revela que o fenômeno El Niño, relacionado ao aumento nas temperaturas neste ano, deve perdurar até abril de 2024. Com isso, é muito provável que os termômetros disparem ainda mais neste período.

A Organização Mundial de Meteorologia afirma que o El Niño se desenvolveu rapidamente durante julho e agosto deste ano e atingiu força moderada em setembro – mês em que os termômetros chegaram aos 40ºC em Morrinhos.

Existe a expectativa da organização de que El Niño ainda não tenha atingido o seu maior pico.

▪️“Provavelmente El Niño atingirá seu ponto máximo como um evento forte, entre novembro e janeiro próximo. Há uma probabilidade de 90% de que persista durante o próximo inverno no hemisfério norte, período de verão no Brasil e demais países do hemisfério sul” – destacou a Organização Mundial de Meteorologia.

▪️“Com base nos padrões históricos e nas previsões atuais de longo prazo, prevê-se que El Niño diminua gradualmente sua intensidade durante a próxima primavera boreal, que acontecerá de 20 de março até 21 de junho de 2024.”

Com a persistência das altas temperaturas os impactos no planeta e na saúde humana devem continuar – alertam os especialistas que assinam, junto com a Organização Mundial de Meteorologia o mais recente relatório.
Eventos climáticos e meteorológicos extremos, como ondas de calor, inundações e secas, devem ser intensificados.

▪️“Alertas antecipados para todos eles podem salvar vidas” – diz a Organização Mundial de Meteorologia, por isso os alertas da Defesa Civil devem ser levados a sério.

No último fim de semana, uma tempestade atípica em São Paulo derrubou árvores e afetou a rede elétrica. Mais de dois milhões de endereços ficaram sem luz e, até terça-feira, 07/11, mais de 30 mil continuavam desabastecidos. Em Manaus, no Amazonas, queimadas já têm forçado moradores voltarem a utilizar máscaras. E, no sul do País, a passagem de ciclones já matou dezenas de pessoas este ano.

O EL NIÑO E O AQUECIMENTO GLOBAL

O El Niño ocorre em média a cada dois e sete anos e normalmente dura de nove a 12 meses. É um padrão climático natural associado ao aquecimento da superfície do oceano Pacífico tropical central e oriental. No entanto, este ano, “ele ocorre no contexto de um clima que já está sendo alterado pelas atividades humanas” – lembra a Organização Mundial de Meteorologia.

Uma prova dessa alteração no ciclo comum do El Niño é que os impactos do fenômeno na temperatura global ocorrem normalmente no ano seguinte ao seu desenvolvimento – neste caso, deveriam acontecer somente em 2024 – mas, desde junho, o ano de 2023 tem caminhado para ser o mais quente já registrado.

As anomalias médias mensais da temperatura da superfície do mar no centro-leste do Pacífico equatorial têm aquecido significativamente. Ficaram cerca de 0,5 °C acima da média em maio de 2023 e subiram para cerca de 1,5 °C acima da média em setembro, segundo estimativas da Organização Mundial de Meteorologia relativas ao período de referência 1991-2020.

▪️“Isto se deve, clara e inequivocamente, à contribuição das crescentes concentrações de gases com efeito de estufa, que retêm o calor, provenientes das atividades humanas” – afirmou o Secretário-Geral da Organização Mundial de Meteorologia, Petteri Taalas. O ano anterior mais quente já registado foi 2016, devido a um “golpe duplo” de um El Niño excepcionalmente forte e das alterações climáticas, afirma a Organização Mundial de Meteorologia.

Leonardo Costa, da redação do Correio Sul Goiano

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