Vacina contra o câncer de mama: o que você precisa saber
Na última semana, uma boa notícia surgiu para trazer esperanças na área da saúde. Trata-se de uma vacina contra o câncer de mama triplo negativo, desenvolvida pela universidade americana de Harvard.
A imunização, que ainda está em fase de testes, se mostrou capaz de destruir as células cancerígenas, tal como a quimioterapia, e de criar uma memória imunológica duradoura, assim como os tratamentos de imunoterapia.
A pesquisa foi publicada na revista científica “Nature Communications” e apresentou 100% de eficácia em camundongos com câncer de mama triplo negativo.
Mas o que isso significa para nós?
Primeiramente, é preciso deixar claro que as chamadas “vacinas” contra o câncer estão sendo aplicadas em situações na qual a doença já está instalada. Ou seja, não agem como ação de prevenção, mas sim de tratamento contra a patologia.
No entanto, essa é uma ótima notícia para as portadoras de câncer de mama triplo negativo. Isso porque, segundo o coautor do estudo, Hua Wang, o câncer de mama triplo negativo não estimula respostas fortes o suficiente do sistema imunológico, o que faz com que as imunoterapias existentes não consigam combatê-lo.
Todavia, a vacina em questão busca fazer com que o medicamento tenha a efetividade da quimioterapia (com medicamentos para destruir as células doentes) e a eficácia duradoura da imunoterapia (que auxilia o sistema imunológico do paciente a identificar e combater o câncer). Com isso, a imunização une os dois procedimentos, porém em uma abordagem menos agressiva para a saúde da paciente.
Como a vacina funciona, na prática?
Essa vacina “implantável” consiste na incorporação de diversas células cancerígenas chamadas de antígenos associados a tumores (TAAs, na sigla em inglês) em um pequeno espaço do tamanho de uma aspirina, que seria implantado sob a pele da paciente, perto do local do tumor.
Nos camundongos que serviram de cobaias, a vacina foi colocada perto de um dos linfonodos, que são pequenos órgãos do sistema linfático que atuam na defesa do organismo.
Ao posicionar a vacina próxima do tumor, as células dendríticas conseguiram reconhecê-la rapidamente como algo estrangeiro ao corpo humano, criando uma resposta imune para lutar contra as células cancerosas.
Apesar de promissor, o processo para criar vacinas personalizadas para cada tipo de câncer pode ser longo e caro. Todavia, a possibilidade de uma vacina com essa eficácia já é de encher nossos corações de felicidade.
O câncer de mama triplo negativo
O câncer de mama triplo negativo ocorre quando as células cancerígenas não têm receptores de estrogênio ou progesterona e não produzem a proteína HER2. Ele representa 15% dos casos de câncer de mama no mundo, sendo mais agressivo e mais frequente entre mulheres jovens, com menos de 40 anos.
Por ser mais agressivo, ele não estimula respostas fortes do sistema imunológico, de modo que as imunoterapias não consigam tratá-lo.
A equipe de pesquisadores continua explorando a combinação da quimioterapia com vacinas contra o câncer para melhorar sua eficácia antitumoral. Eles também esperam que mais estudos permitam o avanço da vacina para testes pré-clínicos para ser testada em pacientes humanos.
Com informações de: ONCOGUIA